sábado, 25 de fevereiro de 2012

MATERNAR LONGE DE CASA

MATERNAR LONGE DE CASA...



Continuando com o ciclo de maternidade deste fevereiro de calor e carnaval, este pequeno texto dedicado aos meus amigos Salvador, Ximena, Lolita, Paulina, Cris, Ana, e ás mamães e papães viageira@ e corajos@s, tod@s em cantos diferentes do planeta buscando seu destinho azul e amamentando seus filhos...
Nasci no médio das montanhas de um frio e pequeno povoado de algum lugar dos Andes na America do sul, nesse canto azul, perdido nas esquinas do mundo, as pessoas somos silenciosas e tímidas, nossa cotidianidade acontece no interior da casa, no interior da vida, gostamos de falar devagarzinho e em tono baixo, acreditamos no poder que tem a lua para fazer crescer as plantas, mudar o clima e curar, moramos na nostalgia que se parece com o vento que sopra fundo nas altas cimas, e somos terrivelmente transcendentais e choronas, pois aquilo que toca o nosso coração é como si tocasse o universo todo, e o enchesse de um profundo sentimento de saudade, eterna e sutil.
Usamos as folhas medicinais e comestíveis da horta como primeira receita para a cura, e os velhos índios transeuntes, nos ensinaram os secretos de uma botânica milenar única e pouco conhecida, que mora deitada nos jardins dos nossos lares construídos com poucas janelas ao redor da comida e do fogo da cozinha.

Saindo das minhas montanhas, viajei longe para morar na Bahia, no extremo oriental do Brasil impossível, e depois de um tempo me apaixonei por um gaucho, e por questões do destino vim para parir ao “Ilah das estrelas”  na frente das águas do rio Guaíba, perto do profundo y resplandecente riso das grandes famílias contentas e enormes do sul, comedoras incansáveis de carne, faladoras, festivas e de bom viver.

E uma das coisas mais difíceis da minha maternidade tem sido compreender as formas de gestar, parir, maternar e viver em família no Brasil. Sentir com as entranhas a vida dentro de uma cultura que existe bem longe da minha terra de origem, é para mim uma escola difícil na que navego aos pouquinhos vendo as vezes algumas estrelas.

 Porem, este não é um fenômeno isolado, na atualidade centenas de migrantes,tanto homens quanto mulheres moram em destinos culturais diferentes aos seus, e se deparam com coragem com a tarefa de criar seus filhotes dentro de sistema de vida e de trabalho  que contem costumes sociais e lingüísticas distantes.

 Só para observar meu entorno, tenho  um amigo colombiano que mora no Canadá e é  pai de um menininho  com sua esposa grega, outra amiga  colombiana que mora em Uruguai como seu pequeno que nasceu  lá, outra, que é Baiana morando nos Estados Unidos com sua filhotinha  e com seu esposo, também americano, uma amiga chilena casada com um Baiano que mora em Salvador, um par de amigos  que moram em Nova Iorque com seu filho que nasceu em Miami, uma amiga colombiana casada com um Francês que mora em Brasil, e uma amiga Brasileira que mora em Londres com sua filha brasileira e seu esposo checo...

 O Brasil me encanta, as pessoas adoram as crianças, sabem cuidar delas, são amorosas e divertidas, solidarias e alegres. Ganhar um bebe aqui é uma festa e um milagre que se comparte e divide com todos. Porem tenho saudade do jeito tranqüilo e quase zen com que nas famílias andinas se recebe uma criança, que permanece amorosamente resguardada do mundo durante seus primeiros meses para proteger seu campo energético e para dar a oportunidade á mãe de nacer como mãe na intimidade do seu mundo interno. No Brasil, a questão da vida em coletivo, e a quebra cotidiana da fronteira entre privado e publico, dificulta esse desejo instintivo e mamifero de intimidade e solidão que desde que sou mãe sempre tive...

 Do Brasil me encanta o movimento de parto humanizado, e os novos enfoques da maternidade, os círculos de mulheres que crescem a cada dia para cuidar com ética e sentido inteligente a vida dos bebês, Porem tenho saudade de ter minha mãe perto, de que minha irmã não conheça meu filho, de que meu sobrinho não consiga brincar com seu primo, de que minhas montanhas não ofereçam o ar que o Ilah poderia respirar... tenho saudade de me sentar na viera de um riacho e sentir o mundo passar. Tenho saudade de que ele conheça o sentido do silencio, e o sentido do “despacito”.

 Do Brasil me encanta todo, me enamora a paixão profunda pela vida, a forma relaxada com que as pessoas respiram o mundo e fazem do dia a dia uma experiência de jogo e de prazer, porem me bato de frente com o machismo, com a construção fortemente masculina da sociedade do sul do Pais,  e com o papel que o feminino tem dentro dela, um papel contraditório e difuso, um papel marginal, que tem aberto mão de seu poder, de seu desejo de morar no profundo da caverna interna, no mistério, na coragem e na força vital que movimenta o universo e que está no ventre onde a luz da vida resnace á cada instante.

 Tenho saudade, e dela nasceu escrever desta vez, na lua nova, a lua que permite os renascimentos internos e o fluir dos rios, e escrevi aos quatro cantos do planeta onde tenho amigos que maternam e paternam fora de casa para que eles me contassem como fazem para fazer... De Uruguai e Québec me contestaram e aqui transcrevo suas boas palavras, e seus carinhos que conheço:


“Es la misma tierra que vio nacer a mi madre y a mi hijo, es por eso
también mi tierra y sin embargo siempre será extranjera. Con
artilugios de mi cultura, retazos de canciones, sabores diversos, pero
sobretodo cobijando a mi pequeño con mis palabras y acento, hemos ido
construyendo esta maternidad, nuestra propia forma, individual y
colectiva, natural y social de ser madre y de ser hijo. Procuro no
olvidar lo que me hizo ser lo que soy, pretendo regalar a Valentin los
hermosos lugares y personas que transitaron por mi vida, pero darle la
libertad de encontrar una nueva manera de ser feliz, la suya, a la que
solo puedo regalarle mi memoria”. (XIMENA (Colômbia), Mãe do Valentin (Uruguai))

Acá (En Quebec) el problema de la lengua es fundamental, yo creo que preservar la lengua hace parte del aceptar la diferencia y de explotarla en el propio beneficio. No hay ningún problema en el número de lenguas que habla un niño y lo mejor es hablarle en la propia para que la valore cómo suya. Mucha gente acá pierde la lengua y con eso pierde la cultura y todo lo que esto implica. A mi bebé le hablo en español todo el tiempo. Este mundo es de muchas lenguas y creo que eso contribuye mucho a despertar y a considerar la diferencia cómo algo natural. Creo que contribuye a la adaptación del niño.

La distancia con la pareja es compleja, pero creo que nos entendemos cómo humanos y que lo más importante es que se aprende mucho. A pesar de las dificultades, creo que el desafío está en aprender de estas diferencias y convivir con ellas. De todas formas, aunque algunas veces parece díficil es un camino que ya comenzamos a caminar y creo que hay que perseverar. De todas formas, hay que ir a Colombia lo más seguido posible. SALVADOR (Colombia) pai do Esteban (Canadá)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SEXUALIDADE APÓS O PARTO


Caras amigas, um belo texto (em espanhol) da argentina Laura Gutman, sobre a feminilização da vida sexual após o parto ou na maternidade. Podem achar este texto completo dentro do livro A MATERNIDADE E O ENCONTRO COM A PROPRIA SOMBRA. Recomendado para vivenciar com naturalidade este momento da vida



Sexualidade e maternidade recente

Sabemos que el cuerpo tarda en reacomodarse después del embarazo y el parto...pero suponemos que pronto todo volverá a “sercomo antes”. La mayor sorpresa irrumpecuando el deseo sexual no aparece como estábamos acostumbradas. Nos sentimos culpables, sobre todo cuando el obstetra nos da el “permiso” para reanudar lasrelaciones sexuales para alegría del varón que con cara de satisfacción nos guiña el ojo susurrándonos al oído: “ya no tenés excusas”.
Porem o cuerpo no responde. La libido está desplazada hacia los pechos donde se desarrolla la actividad sexual constante, tanto de día como de noche. El agotamiento es total. Las sensaciones afectivas y corporales se tornan muy sensibles y la piel parece un fino cristal que necesita ser tocado con extrema delicadeza. El tiempo se prolonga, cualquier ruido es demasiado agobiante y nos fusionamos en las sensaciones del bebé, es decir, en la vivencia de nadar en un océano inmenso y desconocido.
Tenemos la decisión intelectual de responder a las demandas lógicas del varón, de satisfacerlo y de reencontrarlo. Pero no funciona, a menos que nos desconectemos de las sensaciones íntimas y verdaderas ( para lo cual muchas de nosotras estamos bien entrenadas). Normalmente estamos tan poco conectadas con nuestra sexualidad profunda y femenina, que navegamos fácilmente en el deseo del otro, en parte con el afán de complacer y también para ser querida. Así nos alejamos de nuestra esencia y así nos acostumbramos a sentir según los parámetros de otro cuerpo, de otro género. Nos desorientamos ante el desconocimiento de nuestras propias reglas regidas por una feminidad que pasa desapercibida en la profundidad de nuestro ser esencial. Es esa esencia del alma femenina que explota con la aparición del hijo y sobre todo con el vínculo fusional que se establece entre el bebé y la mujer florecida.

A qué nos obliga la indudable presencia del niño?. A que ambos, varón y mujer, nos conectemos con la parte femenina de nuestra esencia y de nuestra sexualidad, que es sutil, lenta, sensible, hecha de caricias y abrazos. Es una sexualidad que no necesita penetración ni despliegue corporal; al contrario, prefiere tacto, oído, olfato, tiempo, palabras dulces, encuentro, música, risa, masajes y besos.
En esa tonalidad no hay riesgo, porque no lastima el alma femenina fusionada. No hay propósitos, incluso a veces no hay orgasmos, ya que lo que importa es el encuentro amoroso y humano. Hay comprensión y acompañamiento sobre la realidad física y emocional por la que atraviesa fundamentalmente la mujer con un niño en brazos. En este sentido es importante percibir que el niño está siempre en brazos de su madre, aunque materialmente esté durmiendo en su cuna, es decir que participa emocionalmente en el encuentro amoroso entre sus padres. Por eso es indispensable que sea suave, susurrante y acogedor.
La aparición del hijo nos da la oportunidad de registrar y desarrollar por primera vez las modalidades femeninas que tanto hombres como mujeres conservamos como parte de nuestros funcionamientos sociales, afectivos y por supuesto sexuales. Dicho de otro modo: sin objetivos, sin obligación de llegar al orgasmo, sin demostración de destrezas físicas...simplemente podemos descubrir esas otras“maneras femeninas” que enriquecerán nuestra vida sexual futura, porque integramos aspectos que desconocíamos de nosotros mismos.
Todas las mujeres deseamos abrazos prolongados, besos apasionados, masajes en la espalda, conversaciones, miradas, calor y disponibilidad del varón. Pero el malentendido que genera cualquier acercamiento físico que pueda ser interpretado como invitación al acto sexual con penetración obligatoria, induce a la mujer a distanciarse de antemano para protegerse y a rechazar cualquier gesto cariñoso, ahondando el desconcierto del varón ante el aparente desamor.
Por eso es imprescindible que feminicemos la sexualidad, varones y mujeres, durante el período de la fusión emocional entre la madre y el niño, es decir alrededor de los dos primeros años. Esto nos permite gozar, y al mismo tiempo explorar capacidades de comunicación y afecto que en otras circunstancias no hubiéramos desarrollado. El sexo puede ser mucho más pleno, más tierno y completo si nos damos cuenta que llegó la hora de descubrir el universo femenino, la redondez de los cuerpos y la sensibilidad pura.

Acariciémonos hasta morir! Permitámonos que los coitos sean muchísimo más elevados que las meras penetraciones vaginales que logran el título de “relaciones sexuales completas”!, como si el goce se limitara a tan esquemáticas prácticas.
Creo que hay una lucha cultural entre lo que todos creemos que es correcto y lo que nos pasa. A las mujeres nos pasa que no podemos hacer el amor como antes, y a los varones les pasa que se enojan, se angustian y se alejan. En lugar de estar ambos involucrados en esto que nos pasa como tríada (bebé incluido).
Por otra parte, quizás algunas mujeres reconozcamos por primera vez el calor de la sexualidad femenina, que además de la excitación corporal incluye una intensa conciencia sensorial. A veces desconocemos los ritmos naturalmente femeninos y nos esforzamos por pertenecer a una modernidad donde no se le presta atención a las sensaciones más íntimas. La sexualidad necesita de vez en cuando la visita de criaturas fantásticas, hadas y duendes que despierten con su varita mágica los deseos ardientes del alma de las mujeres para que el sexo derrame amor y fantasía.
En esas ocasiones tenemos la sospecha de que el sexo es sagrado y sensual: sucede cuando una brisa recorre el cuerpo físico,producida por un beso, una palabra amorosa, un chiste, una mirada llena dedeseo. En esos precisos momentos nos estremecemos al sentirnos amadas yrejuvenecemos en pocos segundos en un auténtico estallido de vida y pasión.
Laura Gutman
IMAGENS:
KLIMT
DEVIANTART
DESAHOGATE.JPG

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ODOYÁ IEMANJÁ


Iemanjá a deusa mãe.

Dois de fevereiro, é comemorada no Brasil a festa da Mãe Iemanjá. Segundo a mitologia Iorubá é mãe de todos os deuses, senhora das águas salgadas, rainha sereia, lindíssima e sedutora deusa do mar. É a essência do elemento água e todo o que ele é e representa: vida, fertilidade, abraço, proteção poder, amor, entrega, luta, coragem, parto, beleza decisão, entrega. Iemanjá é A Mulher.

Para as culturas africanas, ser mãe é um negocio bem diferente ao ser mãe nas culturas andinas ou montanhosas da América Latina, para as que prevaleceu a imagem da Virgem Maria do catolicismo: recatada e resignada mulher, pronta ao sofrimento, assexuada e presa  eterna dos deveres familiares.  Dessa Maria nunca foi escutado um só resmungo.

Não entanto, Iemanjá e a maternidade que ela representa, encarna um corpo com uns seios gigantes, um ventre enorme e um senso erótico sutil e dengoso. Ao tempo que cria aos seus filhos lida batalhas, briga, é curiosa e ossada, libertaria, entra na partida, se envolve na criação do mundo, cria alguns dos seres que habitam o universo junto com os deuses homnes, trai e é traída, erra, re começa, se apaixona, faz amor, se separa e se apaixona de novo... é uma deusa que não se conforma e que vive uma vida mítica, parecida á vida das mães do nosso humano planeta, uma vida de amor infinito e perguntas frecuentes.

Pensando na imagem amada de Iemanjá do mar, escreverei no blog durante o mês de fevereiro sobre a maternidade, sobre ser mãe na esquina inicial do século XXI. Prometo os seguintes temas:
Mamãe viageira (Desafios de criar um filho dentro de uma cultura distinta.)
As mentiras das mamães (Sobre as pesquisas que mostram o mito da mãe como vocação perfeita e o que fazem as mães para não se libertar dele)
Maternidade e sexualidade (A feminilização da vida sexual após o parto)
A maternidade da paternidade (Homenagem ao senso feminino dos homens contemporâneos que acompanham suas crias e mulheres no processo familiar.)