A RE-EVOLUÇÃO DA VIDA
PRIVADA
Sempre me perguntei por
que a historia, a filosofia, a antropologia, a ciência, a medicina e todas as
disciplinas foram sempre escritas e feitas pelos homens. Claro, a ausência das
mulheres na historia das idéias teve causas obvias, não vou nem falar do tema,
pois elas estavam na casa enquanto todo acontecia.
Não entanto, depois das
mobilizações feministas que começaram na década do 60 no mundo, e com o aparecimento
da mulher no contexto laboral o panorama mudou, se abriram espaços, se criaram
sonhos, se fizeram perguntas, se exigiram respostas necessárias, impensável o mundo contemporâneo sem essa
ajuda corajosa do feminismo tradicional. A mulher saiu da casa para dizer estou
aqui e quero escrever a historia.
Porem, com o avanço
indiscriminado do capitalismo, o sistema de trabalho e financeiro confinou as
mulheres á uma nova escravidão, pois para ser livres economicamente e escrever
as idéias, mudar a historia e fazer parte, hoje temos que nos escravizar á um
emprego, á um sistema laboral miserável, á um chefe, a uns horários injustos e
cansativos.
Nossas mães e as
mulheres que agora andam pela faixa dos 40, enfrentaram essa dura fragmentação,
ser livres economicamente, porem não ficar em casa, esquecer os filhos,
entregá-los para babás e avós para que os cuidassem, e terceirizar todos os
serviços do lar para ter uma vida laboral e intima possível. Resultado disso? Cansaço,
filhos criados pelas ruas e pela TV, relacionamentos amorosos incertos, doenças
de todo tipo, poucas poupanças, e o talento pessoal regalado ás mãos de chefes
e empresas ingratas. O etc é loooooongo.
Sem duvida, a saída da
casa para o mundo laboral significou para a mulher uma libertação. Não vamos negar que minha mãe educou e deu vivenda para minha irmã e para
mim com o fruto do seu trabalho que foi
sua forma de fazer revolução. Ela me libertou. Essas guerreiras precisam ser
reconhecidas como isso, como revolucionaras, saíram de casa para enfrentar o
mundo e conseguiram!!!
Porem, nossa geração
tanto de mulheres quanto de homens, precisa ir alem! Além da escravidão nos
lares que antecedeu ao feminismo, e além da escravidão nas empresas que o
desenvolveu, construir um tempo laboral equilibrado com nosso tempo interno,
com o tempo dos nossos ciclos vitais. Por isso, divido com vocês, que nesta semana
conheci um livro que me lembrou quanto gosto fazer parte do movimento de
mulheres e mamães que no mundo inteiro dizemos NÃO MAIS!!! ao sistema laboral tradicional.
E não mais porque vamos ficar em casa cuidando
das nossas crias, porem, vamos ter empreendimentos próprios, e vamos fundar
empresas solidarias, vamos cuidar de casa, e do fogo dos nossos corações e
ventres e dos corações dos que amamos, tendo sucesso com trabalhos próprios bem
sucedidos, profissionalmente dignos, tão prazerosos quanto compensadores. Doutoras, mestres e
profissionais estamos migrando nossos escritórios sem medo de ariscar
laboralmente. Ao final das contas ir embora de um sistema que tem mostrado que
não funciona, não é uma grande perda!
A liberdade econômica é
muito importante, porem a liberdade emocional e temporal e vital! podemos
recuperar o desejo de parir e de amamentar e
ao mesmo tempo de ser as donas de nosso futuro financeiro, adentro do
nosso mundo próprio, casadas ou não, mães ou não.
Aquele livro que quero
dividir com vcs se chama REENGENHARIA DO TEMPO da autora brasileira ROSISKA
DARCY DE OLIVEIRA, carioca, escritora, conferencista de renome internacional, é
consultora do BID para promover a emergência do feminino na cultura. Representa
o Brasil na Comissão Interamericana de Mulheres da OEA e preside o Centro de
Liderança da Mulher – CELIM no Rio de Janeiro.
Neste
livro, Rosiska, critica duramente um mercado de trabalho que antes fechava as
portas às mulheres e hoje as acolhe, com a condição de que a vida privada não
interfira. Para satisfazer a essa exigência, as mulheres se transformaram em
equilibristas de uma agenda in sustentável, submetidas ao novo imperativo da
vida moderna - a falta de tempo. Mas não se trata de um problema de mulheres,
nem sequer doméstico, que se resolve entre casais. Trata-se de um problema de
sociedade, que exige mudanças na organização das empresas, na vida das cidades
e nas relações de gênero. (Tomado do resumo que oferece a Livraria cultura,
Brasil)
Por isso,
voltar á pensar na vida privada, é um direito fundamental, um direito que todos
nós precisamos exigir, e trabalhar, com ajuda solidaria nossas formas de
emprego, vida cotidiana e professional vão superar esta crise de ausência de
alma e de stress exagerado, que
beneficia um sistema que não é de
ninguém, porem que prejudica á todo mundo.
Exemplos
claros, O PROJETO BAZAR COISAS DE MÃE http://www.bazarcoisasdemae.blogspot.com.br/ Em Santa Catarina, junta mulheres que
após terem seus filhotes e não querendo se separar deles decidiram criar uma
cooperativa para ofertar seu produtos. Coisa legal!
A página MINHA
MÃE QUE DIZ http://minhamaequedisse.com/é uma congregação de mais de 900 blogs pertencentes á mamães de
todo Brasil que inter conectadas na rede tem aceso á informação, apoio e formas
de vender seus produtos e serviços de pequenas e grandes empresas... Entre e
compre!!!
Para
apoiar, pois a questão tem que ser coletiva, compre produtos de cooperativas
solidarias, consuma o feito por pessoas que estão mobilizando a vida em outros
sentidos, seja parte do movimento e funde sua empresa, recupere sua vida, olha
que é lua crescente a lua dos desafios... a lua das deusas caçadoras...
Largue
seu chefe e seja a dona da sua vida!!!, se jogue no jogo próprio, volte para
casa sem medo, volte para onde está sua fogueira interna, para onde está seu
coração. Tem medo de não se aposentar? Tenho uma noticia para você, se o movimento
de resgate da vida intima tem sucesso o Estado, vai ter que financiar novas
formas de garantir uma velhice digna para todos, ou melhor, se a gente faz o
que sempre sonhou fazer vai morrer trabalhando pois não vai querer se aposentar
nunca..
Faça
parte da historia e mude!!, POREM, na proxima falamos dos desafios da re enginaria do tempo!
Linda Pilar! Parabéns pelo texto! Estamos todas integradas neste movimento de resgate de nosso direito de ser materna e feminina. É algo que está se fortalecendo bastante, pois faz a vida ter mais sentido. Beijos
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